quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Transtornos Depressivos.

2º maior causa de incapacitação até 2010. 1/4 recebe tratamento.

Prevalência em mulher/homem: 5/2. Duas vezes mais comum nas mulheres. Idade de início na terceira década.

Causas:

Não é uni causal . Vários elementos: aspecto genético, grupamentos familiares com alta prevalência, mesmo famílias sem maiores problemas. São ditas endógenas, sem causa externa desencadeante. Esses são os quadros depressivos que melhor respondem aos antidepressivos.

Estressores externos: econômicas, familiares, perdas (morte, saúde, pela limitação, incapacidade, dor crônica), mudanças de vida. Toda forma de estresse constante pode levar ao desenvolvimento da depressão.

O uso crônico de corticóide, bem como o hipotireoidismo podem desencadear a depressão.

Quadro clínico:

· Humor deprimido ou irritável.

· Ansiedade. Bastante comum.

· Alteração de apetite e sono. O paciente tende a comer menos e ter insônia.

· Dificuldade de sentir prazer. Anedonia.

· Queixas físicas: dor de cabeça, dor muscular, cansaço físico. Qualquer diagnóstico psiquiátrico é de exclusão.

· Hipocondria, como a crença de estar com alguma doença.

· Diminuição do libido.

· Agitação ou retardo psicomotor.

· Redução da concentração. No idoso é marcante. Na literatura existe o termo pseudo-demência: síndrome depressiva com sintomas marcantes.

· Fadiga ou perda de energia.

· Culpa ou inutilidade.

· Delírios. Crença forte e inabalável em algo que não está acontecendo.

· Desesperança.

· Idéias de morte.

Complicações:

· Suicídio: é a maior preocupação. 90-95% das tentativas estão associadas a transtorno psiquiátrico. Não é raro.

· Abuso de substâncias. O lazer acaba virando dependência. Começa o problema quando há perdas pelo uso da substância. Perde saúde física, respeito, cônjuge, casa...

Diagnóstico diferencial:

· Condições médicas: tumores, hipotireoidismo, cushing, addison...

· Medicamentos: corticóides, interferon, alfametildopa, isoniazida. Por si só são capazes de desencadear episódio depressivo.

· Drogas. Usuários de cocaína após vários dias.

· Trantornos psiquiátricos:

Transtorno bipolar do humor: é comum a depressão como episódio polar inicial. Então procura-se por dados epidemiológicos.

Esquizofrenia: também no início da doença pode confundir.

Transtornos de personalidade: alguns lados da personalidade são mais primitivos e não toleram frustração, pode ser confundido com depressão.

Tipos de depressão:

· Depressão maior: leve com ou sem sintomas psicóticos, moderada e grave. Transtorno é recorrente?. Episódio isolado ao longo da vida?.

· Distimia: transtorno crônico, no mínimo 2 anos, e 1 ano em crianças. A pessoa se sente triste na maior parte do tempo. O mais comum é a não interrupão das atividades. Normalmente são mal humoradas e rabugentas. 5-6% da população. Não escolhe sexo. Taxas semelhantes no gênero. Depressão dupla: o distímico que faz um episódio depressivo. Dor crônica: tende a desenvolver distimia. Homossexualismo quando não aceito também pode levar à distimia.

Tratamento:

Antidepressivos: psicoterapia dá conta de episódio depressivo leve, desde que bem conduzida. A psicoterapia pode aumentar o risco de suicídio em casos graves.

Os mais antigos são os heterociclicos: Amitriptilina... tetracíclicos e tricíclicos. São eficazes, mas tem efeitos colaterais. Não é pra todo mundo. Em idosos não pode haver bloqueio de ramo. Pode levar bloqueio AV total. Deve-se pedir avaliação cardiológica. Maprotilina: único tetracíclico no Brasil.

Inibidores da monoamino oxidase (IMAO). Os neurotransmissores catecolaminas são moduladores do humor. Seu aumento controla os sintomas. Precisa mexer radical na alimentação do cidadão. Não pode comer queijos... tudo que tem tiamina. É pouco usado pelo risco do não seguimento da dieta. Não se associa a outros medicamentos, pelo grande aumento de catecolaminas. Seleginina, tramilcipramina, mocloprimida.

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina. (ISRSs). São os mais usados. Fluoxetina. Sertralina, Citalopran, Excitalopran... são mais seguros e com efeitos colaterais mais suportáveis. No começo o paciente pode ficar agitado e inquieto.

Dupla ação: agem inibindo recaptação de serotonina e catecolaminas. Venlafaxina. Duloxetina. Desvenlafaxina.

Dopamínicos: bupropiona. Foi lançada inicialmente para tratamento de tabagismo, com o nome de ziban. Parece que na mulher pode levar ao aumento da libido.

Outras medicações: benzodiazepínicos (tempo limitado), neurolépticos (ajuda sair de uma crise com psicose), associações medicamentosas: lítio, hormônios tireoidianos, antidepressivos. Os antidepressivos são eficazes em até 80% dos casos, nos outros 20% usam-se associações.

ECT: Eficaz em 90% dos casos. Ficou estigmatizado. É feito ambulatorialmente. 12 a 15 sessões. 3 vezes por semana. Observar osteoporose, pode levar fratura patológica. Importante uma tomografia. Processos expansivos intracranianos é contra-indicação obrigatória.

Contra-indicação relativa: AVC ou IAM recente. Em gestante não tem efeito sobre o feto. Pode ser mais seguro.

Efeitos adversos: amnésia retrógrada.

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