domingo, 30 de outubro de 2011

Eplepsia x convulsões.


Crise=ictus.
Epilepsia é um distúrbio neurológico.
Conceito:
Convulsões recorrentes.
Convulsão – distúrbio transitório da função cerebral devido à descarga neuronal paroxística anormal do cérebro (sensibilidade, função motora, comportamental ou consciência)
Afeta aproximadamente 0,5% dos americanos.
Definições:
É uma doença primariamente de causa neurológica, de etiologia variada, manifestando-se por crises epilépticas recorrentes. Regra geral, pressupõe a ocorrência de duas ou mais crises.
Epiléptico é toda a pessoa que, por regra geral, teve mais de uma crise epiléptica de causa neurológica, ou seja, crises epilépticas originadas primariamente no encéfalo. Desta definição são excluídas as crises induzidas por uma perturbação sistêmica, como o desequilíbrio hidroeletrolítico ou tóxico metabólico.
Epidemiologia:
Incidência: 40-70 casos/100.000 habitantes/por ano.
Prevalências de 4-10 casos/1000
Em Portugal: existem aproximadamente 600.000 epilépticos, cerca de 5.000 novos casos/ano.
Risco de se vir a sofrer de epilepsia durante a vida é de 3-5%;
Picos de incidência ocorrem nos recém nascidos, crianças e na terceira idade.
Etiologia:
O que fazer na convulsão?
Epilepsia constitucional ou idiopática (juvenil mioclônica). Congênito.
Epilepsia sintomática (secundária) hemorragias, tumores, alterações arteriovenosas... O exame complementar vai mostrar alguma alteração.
Epilepsia criptogênica. Síndromes neurológicas próprias do sistema nervoso que acomete principalmente crianças. Crises convulsivas das mais variantes formas. É congênito.
(West, Lennox, Gaustaut, etc.)
Epilepsia sintomática
o   Anormalidades congênitas ou lesões perinatais;
o   Distúrbios metabólicos;
o   Trauma
o   Tumores ou outras lesões expansivas
o   Doenças vasculares
o   Doenças degenerativas
o   Doenças infecciosas.
Convulsão neonatal:
Ocorre nos primeiros 28 dias de vida, sendo mais freqüente nos 10 primeiros dias de vida. Pode não ter etiologia.
Convulsão febril:
Ocorre em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade em associação com febre, mas sem evidência de infecção intracraniana.
Qualquer alteração metabólica, hipertermia... Pode levar a uma convulsão.
Não ter meningite, abscesso ou empiema cerebral.
Classificação das crises epilépticas segundo a classificação da liga internacional contra a epilepsia (ILAE) de 1981, as crises podem ser generalizadas, focais, parcias, inclassificáveis.
Em geral tem que haver perda de consciência. As generalizadas podem ser do tipo:
Tônico-clônicas, clônicas: ausências –superficiais, pode não desmaiar, não tem na maioria o estado pós ictal - ,
Mioclônicas – geralmente em crianças, abalos em grupos musculares -,
Tônicas – somente aumento do tônus -,
Atônicas – paciente desaba.
São sempre acompanhadas de perturbação da consciência.
As Tônico-clônicas, também chamadas de grande mal epiléptico, são as mais comuns na adolescência.
As ausências (pequeno mal) são as crises mais freqüentes nas crianças, aparecem essencialmente nas duas primeiras décadas de vida. São idiopáticas ou genéticas, são mais raras que as focais, mas também, habitualmente, mais fáceis de tratar.
Comprometimento de consciência com envolvimento motor leve ou ausente – automatismos. De acordo com a área de representação no córtex motor tem se mais automatismos em áreas da Mão e face.
Não há confusão pós-ictal
Induzida por hiperventilação: quando por ex num exercício físico.
EEG: espículas e ondas a exatamente 3 por segundo. Quanto mais eletrodos, mais especifico é o exame. Estudando o traçado, fala-se em crise epilepsiva quando há então o surgimento das espículas e sua ausência por 3 segundos. Isso se dá de forma bem simétrica.
Crises epilépticas focais podem ser difíceis de diagnosticar clinicamente devido à sua semiologia. Reportam-se a uma lesão estrutural quer aparente (crises sintomáticas), quer inaparente (crises criptogenéticas) nos exames de imagem. Manifestam-se predominantemente na idade adulta. São mais freqüentes que as generalizadas, mas também de mais difícil controle terapêutico.
Dividem se em focais simples (consciência mantida), focais complexas ( consciência alterada) e focais simples e/ou complexas com generalização secundária.
Crises focais simples podem apresentar sintomatologia diversa, entre as quais sintomatologia motora, sensitiva, sensorial, autonômica ou psíquica. O importante é o caráter transitório.
Crises focais complexas reportam-se em regra, aos lobos temporais ou estruturas corticais vizinhas e manifestam-se habitualmente por diversos tipos de automatismos, cursando sempre com consciência alterada.
Crises inclassificáveis:
Quando não conseguimos pela clínica fazer um diagnóstico. São cada vez menos, visto que se recorre à monetarização vídeo/EEG, técnica neurofisiológica que consiste em realizar um EEG 24 sobre 24 horas em regime de internamento, acompanhado de um vídeo permanente do doente.
Para determinar a etiologia, deve ser perguntado ao doente e seus acompanhantes:
Idade de inicio das crises. Tipo de crises (início focal ou generalizado). Sintomas acompanhantes: perturbação da consciência, mordedura da língua, incontinência esfincteriana, amnésica pós-crítica. Antecedentes pessoais: período Peri-natal; desenvolvimento psico-motor (DPM); convulsões febris; doenças de infância; AVC’s; TCE’s, tumores e doenças sistêmicas. Grau de dificuldade de tratamento.
Causas de crises epilépticas:
Sistêmicas: perturbações hidro-eletrolíticas
Epilepsias idiopáticas: 45%
Sintomáticas: 40%: tumores, infecções, ....
Exames complementares:
EEG; ecocardiograma, registro Holter 24h.
EEG com prova de sono,
TAC crânio-encefálica ( o mais freqüentemente realizado)
RMN crânio encefálica (exame de eleição para estudar epilepsia)
É cabível hoje o tratamento cirúrgico.
Diagnóstico diferencial entre síncope e convulsão epiléptica.
Convulsões generalizadas:
Crises de ausência (pequeno mal)
Ausências típicas
Convulsões mioclônicas
Convulsões Tônico-clônicas (grande mal)
Convulsões tônicas, clônicas, ou atônicas.
Dx diferencial:
Crises uncinadas: origem no lobo temporal medial inferior (hipocampo). Alucinações olfativas (cacosmia).
Esclerose temporal medial: epilepsia intratável do lobo temporal. Esclerose hipocampal unilateral.
Auras isoladas. Distúrbio comportamentais interictais – depressão. EEG: espículas temporais anteriores unilaterais.
Epilepsia juvenil mioclónica: 5-10% das epilepsias. Movimento brusco mioclónico (após acordar), CTCG, ausência. EEG: poliespículas. Mais responsivas ao depakene.

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