É um conjunto de transtornos.
Mecanismos de defesa: todos usam mecanismos psíquicos de defesa para se proteger de dor emocional, angústia.
Projeção: atribuição de sentimento meu ao outro. Aquele professor está me perseguindo. Na verdade o aluno tem raiva do professor. O paciente paranóico tem hostilidade a uma pessoa e diz que a pessoa é que não gosta dele.
Negação: o paciente nega, porque a notícia para ele é dura. Naquele momento ele não dá conta do recado. Gera muita angústia.
Intelectualização ou racionalização: injustiça social... Estuda-se aquilo para defender da angústia que possa causar.
Os mecanismos vão dos mais primitivos ao mais sofisticados. Quando o estímulo é poderoso usa-se estímulos primitivos, a projeção e negação. Já a intelectualização, racionalização, humor e altruísmo, são usados em estímulos menos agressivos.
Depende da condição mental da pessoa. Os menos capacitados usam os primitivos.
Dissociação: desligamento emocional em relação a um fato. Mecanismo de defesa.
Transtorno dissociativo: distúrbios das funções mentais responsáveis pela identidade de si próprio, tais como memória, pensamentos e afeto. São perturbações dessas funções, que estão todas integradas entre si. Divide-se para fins didáticos e diagnóstico. Memória, pensamento e afeto nos dão a personalidade, dizem quem somos.
Etiologia:
Aspectos psicodinâmicos: reação ao estresse.
I-Amnésia dissociativa:
Um ou mais episódios de incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, e demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal.
A memória de curto prazo tem armazenamento frágil. Vários fatores, como o trauma mecânico pode danificá-la.
Jovem de 18 anos é encontrado vagando em uma floresta. Mostrou-se incapaz de recordar eventos de ate cinco dias antes. ... Foi submetido a entrevista com amobarbital sódico, quando revelou que durante o acampamento foram assaltados e os companheiros mortos, conseguindo ele fugir dos assaltantes.
Amobarbital sódico: soro da verdade. O paciente rebaixa a consciência e perde a inibição. Aparece com mais facilidade conteúdos reprimidos.
II- Fuga dissociativa
Caracteriza-se por mudança súbita de casa ou do local de trabalho, com incapacidade de lembrar-se do passado e adoção parcial ou total de uma nova identidade.
Homem de 42 anos se envolveu em discussão e luta corporal no restaurante em que trabalha. Em acareação por policiais disse chamar-se Pedro Antonio. Foi encaminhado para emergência e admitiu não recordar de fatos da sua vida, mas não pareceu perturbado por isso. Essa pessoa, na verdade era um executivo em outra cidade. Ele assumiu outra identidade. Trabalha agora em um restaurante. O que fazer para ajudar essa pessoa?
Antes de o sujeito enlouquecer, psicotizar, ele se desliga, para não queimar o circuito. Algumas funções são desconectadas uma das outras.
III- transtorno dissociativo de personalidade:
Presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, cada qual determinando o padrão de comportamento da pessoa no período em que predomina.
Paciente cyber: paciente clássico.
Amigo oculto: filme de um sujeito com transtorno dissociativo.
Quadros graves, tratamento difícil, com psicoterapia, hipnose.
São aspectos da personalidade na mesma pessoa. São expressões de uma única pessoa que não sabe lidar com esses aspectos.
Ex: uma pessoa extremamente pudico, moralista que tem um outro lado extremamente liberal, libertinista.
Pode se relacionar a abusos na infância, maus tratos.
A hipnose é um estado dissociativo hipnótico.
Marcela, 35 anos de idade, é encaminhada ao psiquiatra para tratamento de dores de origem psicogênica. ... Ao longo das sessões ficou claro que a personalidade alternativa era tão hostil quanto Marcela era dócil e altruísta. Além disso seis outras personalidades alternativas revelam-se, com características dispostas ao longo de um continnum entre dependência e agressividade.
IV- Despersonalização:
Alteração persistente e recorrente na percepção de si mesmo. Caracteriza-se por sensação de estranheza quanto a si próprio, e (ou) de ser observador externo do próprio corpo ou mente.
Desrealização: estranheza em relação ao ambiente.
Paciente de 20 anos, encaminhado ao neurologista por episódios de estar fora do corpo. Pensamentos atrapalhados. Gradualmente o quadro desaparecia após algumas horas. Como temia o surgimento de uma crise enquanto estivesse dirigindo, deixou de fazê-lo. Além disso, passou a sair de casa apenas quando estritamente necessário.
Existe um nível de estresse o qual nenhuma mente está preparada.
Sempre pensar na organicidade. Lembrar que em psiquiatria é comum a existência de comorbidades.
Diagnóstico diferencial:
Psiquiátricas:
· Psicose
· Depressão
· Transtorno de personalidade
· Efeito de substâncias
Não psiquiátricas:
· Neurológicas
· Distúrbios metabólicos
Tratamento:
-farmacológico: entrevista sob efeito de benzodiazepínico ou barbitúricos.
- psicoterapia/hipnoterapia
Curso e prognóstico:
-remissão espontânea (transtornos I e II)
-cronicidade (transtornos III e IV)
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