terça-feira, 20 de setembro de 2011

Transtorno Bipolar do Humor

Transtornos do humor: Bipolares (Bipolar I e II) e Depressivos (depressão e distimia).
Basicamente há crises que se manifestam por episódios depressivos e maniatiformes.
O tipo I tem os episódios alternantes, maníacos e depressivos, não necessariamente na mesma proporção. É chamado de quadro maníaco clássico. Todos os outros são variantes deste.
O Bipolar tipo II chega ao consultório com diagnóstico de depressão. A chance de diagnóstico errado é grande. Episódios recorrentes de depressão associados a episódios hipomaníacos.
A ciclotimia é um estado crônico de estados maniatiformes e depressivos de baixa intensidade. No mínimo 2 anos.
Existem as formas atípicas. Um deles é o ciclador rápido. Quatro ou mais episódios maníacos e/ou depressivos ao longo de um ano.
Outro quadro atípico é o quadro misto. É aquele no qual há ao mesmo tempo sintomas de mania e depressão. Ou em rápida alternância. Sintomas de média a alta intensidade. Não é circadiano.
Epidemiologia:
  • Prevalência de 0,6 a 0,9% em toda a vida.
  • Idade de início no final da adolescência.
  • Classe social alta mais afetada.
  • Parece que acomete mais brancos do que negros. Cuidado, tem viés nesses dados.
  • Fatores de risco: genética. É importante pesquisar na família.
  • Os fatores externos são os disparadores da doença.
Subtipos: Akiskal e Pinto, 1999:
Transtorno bipolar tipo I: episódios maníacos, mistos e depressivos.
Transtorno bipolar tipo II: episódios hipomaníacos e depressivos.
Transtorno bipolar tipo II1/2: ciclotimia.
Transtorno bipolar tipo III: mania/hipomania induzida por substâncias.
Transtorno bipolar tipo IV: temperamento hipertímico.
Episódio Maníaco:
Sensação subjetiva de pensamentos acelerados. Falam demais. São hipertenases. Não focam em uma coisa só. Evoluem para atenção difusa e se tornam distraídos. Chega à fuga de idéias, que é muito comum. Estes pacientes são super energizados. Envolvem-se em atividades prazerosas (prostituição por ex.).
Às vezes tem algo mais discreto. Em pessoas mais recatadas.
Há também diminuição da libido, mas não é o mais comum.
Fazem muitos gastos financeiros. Sentem como se as coisas fossem fáceis para eles.
Na maior parte das vezes não toleram frustrações e são impulsivos. São irritáveis.
Às vezes são arrogantes.
Cuidado com contratransferências.
É mais fácil e melhor sempre ser honestos com o paciente.
Quadro clínico:
  • Auto-estima inflada ou grandiosidade.
  • Necessidade de sono diminuído.
  • Aumento de atividades dirigidas a objetos.
  • Sensação de pensamento acelerado ou fuga de idéias.
  • Distraibilidade.
  • Envolvimento maior em atividades prazerosas.
  • Aumento da libido.
  • Irritabilidade.
  • Intolerância à frustração.
  • Agressividade.
  • Impulsividade.
  • Agitação psicomotora.
  • Delírios.
Ficar esperto com distúrbio orgânico.
Diagnóstico diferencial:
  • Doenças físicas. Principalmente tumor de lobo frontal.
  • Quadros psiquiátricos: ciclotimia; transtornos de personalidade; depressão maior; esquizofrenia.
  • Drogas: anfetaminas, cocaína, isoniazida, levodopa, dissulfiram, etc.
Pacientes com insight baixo tendem a ter um prognóstico pior, eles não se enxergam.
Tratamento:
Extremamente complexo. A psicoterapia tem um papel fundamental. Ajuda a lidar com perdas e frustrações, pode ajudar a se reconhecer nos sintomas, pode ajudar a família.
  • Estabilizadores do humor:
Lítio: conhecido há muito tempo, usado antigamente como tônico e estimulante. É tóxico. O sintoma mais precoce é o tremor grosseiro de extremidades e baixa de consciência. Tem baixa faixa terapêutica. Periodicamente avaliar o lítio sérico e orientar quanto à ingesta de água. É nefrotóxico. É eliminado pelos rins. É também tireotóxico. Pode levar a arritmias (avaliação cardiológica prévia). Teratogênico. Oleosidade. Mesmo assim é muito usado hoje em dia. 
Anticonvulsivantes: carbamazepina e ácido valpróico. A carbamazepina tem perdido lugar pelo seu efeito microssomal no fígado. Ela diminui a eficácia de outros medicamentos, como as pílulas e antibióticos, além de outros efeitos, como teratogenicidade. O ácido valpróico tem influência microssomal muito menor. É mais usado. Lamotrigina é anticonvulsivante de primeira escolha para o bipolar tipo II. Pede-se dosagens a cada 6 meses de transaminases. Em bipolar tipo I o lítio é de primeira escolha. Tudo vai depender do paciente que se está lidando.
  • Outras medicações: neurolépticos, benzodiazepínicos, antidepressivos.
  • Psicoterapias.
Não detecção: agravamento do prognóstico.
Sintomas ocorrem ciclicamente ao longo da vida.
Rupturas conjugais freqüentes.
Perda e mudança de emprego são freqüentes.
Aumenta risco de suicídio.
Aumenta risco de abuso/dependência de substâncias.
Perda de qualidade de vida.
Problemas legais.
Promiscuidade.
Problemas financeiros, perda de produtividade.

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