terça-feira, 20 de setembro de 2011

Esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos.


Está entre as doenças mais incapacitantes conhecidas pelo ser humano, segundo OMS.
Psicoses:
Capacidade para distinguir entre realidade e fantasia; teste de realidade comprometido, com criação de uma nova realidade.
Comportamento de um indivíduo em determinado momento ou em um transtorno mental no qual, em algum momento, todos os portadores apresentam teste de realidade amplamente prejudicado. Não se aplica a distorções menores da realidade que envolva temas de juízo relativo. Visões de mundo, crenças particulares... são variações da normalidade.
Grosso modo é a perda do juízo.
Os principais sintomas são os delírios e alucinações.
Situações em que há desorganização de comportamento importante a ponto de que se possa inferir uma perturbação do teste de realidade. Quando o paciente estiver muito desorganizado pode considerá-lo psicótico, mesmo sem inferir delírio e alucinação.
Há regressão do ego.
Transtornos psicóticos:
Transtorno psicótico breve: episódios do qual a pessoa desenvolve surto auto-limitado. Em geral acontece em situações em que o sujeito passa por um trauma muito grande. Tende a reverter. Exemplo escarrado: o sujeito assiste o filho ser atropelado. Na hora a mente se desorganiza temporariamente. O sofrimento é tão grande que a pessoa sai da realidade. A seqüela é o sentimento que fica.
            Transtorno esquizoafetivo: pouco entendido. Cara azarado entre a esquizofrenia e bipolar. Ao mesmo tempo sintomas dos dois.
Transtorno delirante: principalmente por delírio não bizarro. Raramente alucinam.
Transtorno psicótico compartilhado: é uma loucura a dois, eles passam a compartilhar do mesmo delírio.
Transtorno psicótico devido a condições médicas: quaisquer sinais psiquiátricos tem que fazer exclusão de quadro orgânico.
Transtornos psicóticos induzidos por substâncias: drogas como cocaína e crack.
Transtornos invasivos do desenvolvimento: altismo por exemplo.
Transtorno esquizofreniforme: tempo de duração é que diferencia da esquizofrenia. Até 6 meses. Acima disso é esquizofrenia.
Esquizofrenia:
1896: “dementia praecox”
“... série de quadros mórbidos cuja característica comum consiste na sua terminação em um estado de enfraquecimento especial. Parece que essa terminação não tem que se apresentar sempre e sem exceção, mas de qualquer modo, é tão freqüente que, enquanto não se consiga um esclarecimento maior dos problemas clínicos, devemos continuar usando essa descrição.” Emil Kraepelin.
Publica em 1904 uma obra que foi revolução em taxonomia e termos diagnósticos.
1911: “... muitas manias e melancolias não puras, de outras escolas, provavelmente as manias e melancolias histéricas, a maioria das confusões alucinatórias, muito do que os autores chamam amência, uma parte das formas que se tem atribuído ao delirium acutum, as psicoses da motilidade de Wernick, demências primarias e secundarias sem nome especial...”
Eugen Bleuler – 1950:
Divide em dois grandes grupos:
Sintomas fundamentais:
  • Distúrbio de associação.
  • Autismo: como isolamento.
  • Distúrbios da afetividade: afeto inadequado à situação presente.
  • Ambivalência: presença de desejos contraditórios em relação ao mesmo objeto.
  • Avolição: volitiva: iniciativa para atividades motoras. Existe redução da capacidade motora.
  • Distúrbios de atenção: dificuldade de fixar atenção. Altamente distraídos.
Sintomas acessórios:
  • Alucinações.
  • Delírios.
  • Alterações da personalidade.
  • Sintomas catatônicos.
  • Distúrbios mnésticos.
  • Distúrbios somáticos.
Esquizofrenia:
Sintomas cognitivos e sintomas positivos ou produtivos: alucinações e delírios.
Negativos: isolamento, avoliçao, pobreza de pensamento. Positivo: paciente adquire. Negativo: perde capacidade de pensamento, cognição...
Esses três homens foram importantes, mas não os únicos.
1939: Kurt Schneider: sintomas cuja compreensão conceitual e reconhecimento clínico não ofereçam dificuldades.
Sintomas de Primeira Ordem:
  • Sonorização de pensamento.
  • Vozes dialogando entre si.
  • Vozes que comentam depreciativamente.
  • Influencia corporal.
  • Roubo de pensamento.
  • Difusão de pensamento.
  • Percepção delirante.
  • Domínio dos pensamentos.
  • Domínio da vontade.
Sintomas de segunda ordem:
  • Outras desordens da percepção.
  • Idéias delirantes súbitas.
  • Perplexidade: sensação de estranheza.
  • Mudanças de humor.
  • Empobrecimento emocional.
  • Outros.
As manifestações são tão amplas que é difícil nomear todas. Por exemplo, perda de limite do ego.
Crow – 1980.
Tipo I: apresentam principalmente sintomas positivos, estruturas cerebrais normais e respondem bem ao tratamento.
Tipo II: apresentam principalmente sintomas negativos, anormalidades nas estruturas cerebrais vistas na TC e fraca resposta ao tratamento. Quanto mais estruturas alteradas no cérebro, pior é o quadro e o prognóstico.
Liddle-1992:
Distorção de realidade. Alucinações e delírios.
Desorganização de pensamento. Pobreza do conteúdo do discurso. Tangencidade, descarrilhamento.
Pobreza psicomotora (negativo). Movimentos espontâneos, pobreza gestual, falta de expressão facial, falta de inflexão vocal, falta de responsividade afetiva.
Epidemiologia:
Idade e gênero. É comum em jovens. Raro em idosos. 15 a 25 anos para homens. 25-35 anos para as mulheres. Parece que os hormônios femininos representam alguma proteção relativa. Prevalência de 1% da população. Não existe diferença de homens e mulheres.
Sazonalidade do nascimento. Alguns vírus neurotróficos são suspeitos: influenza, pólio, Epstein barr. Chama atenção pessoas que nasceram em meses frios.
Distribuição geográfica. Hoje percebe prevalência maior em regiões de muita pobreza.
Uso e abuso de substâncias. Fuma um baseado e fica esquizofrênico.
Taxas de suicídio. Metade vai tentar suicídio. 

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